O objetivo era bem claro, já no primeiro semestre deste ano, meses antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos, que foram abertos a 20 de outubro e irão prosseguir até o próximo dia 5 de novembro, em Santiago do Chile. A meta brasileira era repetir o desempenho da edição de 2019, em Lima, no Peru, e terminar em segundo lugar no quadro de medalhas, atrás apenas da delegação hors concours, a dos Estados Unidos. Mas, se depender dos números registrados até a noite deste sábado, dia 28 de outubro, há um grande e sério obstáculo para os atletas verde-amarelos: o México, que ocupa atualmente a posição de vice-líder do megaevento.
Foto: Divulgação/AMSA
Nas Olimpíadas e nos Jogos Pan-Americanos, o critério de classificação é o número de ouros, e não o total de medalhas. Se os Estados Unidos lideram com 61 primeiros lugares (e mais 44 pratas, 49 bronzes e um total de 154), o México se mantém firme no segundo lugar, com 35 ouros (além de 21 pratas, 28 bronzes e 84 ao todo). O Canadá, que teoricamente seria o principal rival brasileiro nesta luta, soma 32 ouros, 26 pratas e 30 bronzes, num somatório de 84 premiações. Já o Brasil está duas posições abaixo da planejada, “apenas” em quarto lugar, com 26 ouros, 31 pratas e 29 bronzes, somando 86 pódios, tudo isso segundo o site oficial dos Jogos: https://results-santiago2023.org/#/medals/standings/ALL.
Verdade que a disputa promete ser acirrada até porque neste sábado o Brasil arrebatou mais seis ouros, sendo quatro no judô e dois no tênis. Mas é quase obrigatório perguntar: Qual o segredo do México para estar na segunda posição? Na realidade, tal classificação parcial não é lá tão absurda nem surpreendente assim, até porque os mexicanos já haviam ficado em terceiro no painel de medalhas nos Jogos de Lima-2019, atrás de Estados Unidos e Brasil e à frente do Canadá. Na atual edição, os aztecas vêm-se destacando graças a alguns esportes, como saltos ornamentais, taekwondo, raquetebol, tiro, por exemplo, além dos ouros da maratona feminina, com Citlali Cristian e do pentatlo feminino, com Mayan Oliver.
Antes do início do evento em Santiago, a meta traçada pelo Comitê Olímpico Mexicano (COM) era a de que os 640 atletas conseguissem obter entre 30 e 33 medalhas de ouro, além de assegurar 30 vagas olímpicas em 21 esportes dentre o total de 57 em que o país vem competindo. As prioridades eram pentatlo moderno, saltos ornamentais, hipismo, natação artística (o antigo nado sincronizado), raquetebol, surfe e pelota basca.
Em Lima-2019, o México terminou em terceiro no quadro de medalhas do Pan, com 37 ouros, 42 pratas e 71 bronzes. De acordo com o que o chefe de missão mexicano, Fernando Pratas, afirmava na cerimônia da entrega da bandeira nacional à delegação pelo presidente da República, Andrés Manuel López Obrador, o objetivo inicial era difícil, o de manter-se em terceiro também agora em 2023. Em seu entender, não seria considerado um retrocesso, caso o país obtivesse 33 ouros, quatro a menos que os de 2019, porque é preciso levar em conta o poderio de Estados Unidos, Brasil e Canadá.
“Estou confiante em que os nossos atletas possam superar as estatísticas, como fazem sempre”, previu Pratas. “Foi feito um trabalho com as 39 federações (nacionais), para falar sobre as seletivas (esportes classificatórios para Paris-2024) e os recursos (financeiros) com a Comissão Nacional de Cultura Física e Esporte (Conade, na sigla em espanhol). Foi feita uma negociação muito boa, e se tratou de formar uma equipe, tendo os atletas como prioridade. Ali se tratou de números frios. A negociação foi mais clara, foi objetiva, e agradeço muito à Conade.”
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