Escolhido no último mês de maio como país-sede da Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino de 2027, o Brasil recebeu a visita de representantes da entidade internacional que vistoriaram estádios e 11 cidades candidatas a receber as partidas da competição. A organização brasileira do evento apresentou uma lista de 12 estádios, e pelo menos 8 deverão ser anunciados em 2025. O Mundial será realizado no Brasil entre os dias 24 de junho e 25 de julho de 2027.
Os estádios apresentados como opções pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) são: Maracanã, no Rio; Beira-Rio, em Porto Alegre; Arena Corinthians, em São Paulo; Mineirão, em Belo Horizonte; Arena Pantanal, em Cuiabá; Mané Garrincha, em Brasília; Mangueirão, em Belém; Arena Amazônia, em Manaus; Arena Castelão, em Fortaleza; Arena das Dunas, em Natal; Arena Pernambuco, em Recife; e Arena Fonte Nova, em Salvador. As começaram pelo Maracanã, favorito para a grande final, por já ter sido a sede das decisões das Copas masculinas de 1950 e de 2014, abertura e encerramento das Olimpíadas e dos Jogos Pan-Americanos, entre outros eventos históricos.
A CBF acompanhou todas as avaliações e representantes do Ministério do Esporte foram convidados para as vistorias no Rio e em Brasília.
Oficialmente, a Fifa não é obrigada a incluir os 12 estádios na competição, já que um mínimo de oito arenas é o suficiente. Entre os critérios que influenciam na escolha de uma cidade pela Fifa estão a participação em eventos anteriores, a oportunidade de desenvolver o turismo e as outras opções de entretenimento interessantes para os torcedores, além do futebol.
“O Brasil apresentou 12 opções muito boas e estamos felizes de estar aqui para realizar um processo de escolha tão competitivo, que determinará quais cidades e estádios sediarão a 10ª edição da Copa do Mundo Feminina da Fifa”, avaliou a chefe do departamento da Copa do Mundo Feminina da FIFA, Rhiannon Martin.
Dessa vez, a vistoria foi mais voltada para os estádios. Em dezembro, haverá novas visitas às cidades candidatas, com maior ênfase em tópicos como os Centros de Treinamento para as equipes participantes, comunicações, transporte, segurança e rede hoteleira. Sendo assim, as capitais do Nordeste, conhecidas por suas praias, e locais considerados exóticos por suas belezas naturais, como o Pantanal e a Amazônia, podem ser escolhidos com base em tais critérios, embora suas arenas sejam pouco utilizadas.
Em relação aos estádios, alguns ficam em cidades onde não há equipes nas primeiras divisões nacionais. Por isso, acabam sendo subutilizados, caso por exemplo, do Mané Garrincha, em Brasília, que recebeu apenas 11 jogos em 2024. Já a Arena das Dunas, em Natal, por sua vez, não é sede de jogos oficiais desde julho. A disputa será acirrada e os dirigentes não escondem a expectativa pela inclusão de suas cidades como sedes da Copa do Mundo Feminina.
“Estamos muito confiantes que Natal será escolhida como uma das sedes dessa Copa. Nós temos uma das melhores arenas do país, com uma localização privilegiada, central, de fácil acesso e próximo aos principais polos de hotelaria e gastronomia da cidade, assim como de hospitais e shoppings. O maior legado que o evento deixará para o Rio Grande do Norte será o fortalecimento do nosso futebol feminino”, ressaltou Erick Dias, diretor executivo da Federação Norte-rio-grandense de Futebol.
Após a conquista da prata olímpica pela seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a CBF e o governo federal vêm encarando a Copa de 2027 como uma enorme oportunidade para difundir o futebol entre mulheres e fazer com que a versão feminina deste esporte caia no gosto da torcida brasileira, conforme declarou na época das Olimpíadas o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
"A Copa do Mundo Feminina da FIFA 2027 será um momento histórico não só para o Brasil, mas para toda a América do Sul, e levará o futebol feminino de seleções ao mais alto nível", afirmou ele. "Esse evento também é a melhor plataforma para promover transformações sociais no Brasil, deixando um legado duradouro e consistente para as mulheres e meninas da nossa sociedade."
O sócio-diretor da Wolff Sports e membro do comitê organizador da Brasil Ladies Cup, Fábio Wolff, é da mesma opinião.
"Realizar a Copa do Mundo feminina no Brasil será uma ótima oportunidade para desenvolver a modalidade no país. Nós teremos um grande investimento em várias frentes e isso beneficiará o ecossistema como um todo desde que o dinheiro seja bem empregado".
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