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Brasil rouba dos ingleses a terceira posição no quadro de medalhas do Mundial Paralímpico de Natação

Com 28 medalhas – dez de ouro, oito de prata e outras dez de bronze -, a seleção brasileira paralímpica de natação assumiu nesta quinta-feira o terceiro lugar no quadro de medalhas do Mundial Paralímpico de Natação, que vai prosseguir até domingo, na cidade inglesa de Manchester. Somente nesta quinta, os brasileiros levaram ao peito dez medalhas, sendo três ouros, três pratas e quatro bronzes, arrebatando a terceira posição dos britânicos, que têm dez ouros, cinco pratas e sete bronzes. A China lidera com 14 ouros, 14 pratas e oito bronzes, seguida pela Itália, com 14 ouros, sete pratas e oito bronzes.

Nesta quinta, foram vencedores de provas pelo Brasil: Cecília Araújo (S8), nos 100m livre; Talisson Glock, da S6 (limitação físico-motora), nos 400m livre; e Gabriel Araújo (S2), bicampeão mundial nos 200m livre. Os medalhistas brasileiros de prata foram: Carol Santiago, S12 (baixa visão), nos 100m peito; Edênia Garcia (S3), nos 50m costas; e Mariana Gesteira (S9), nos 100m livre. Já os bronzes foram de Gabriel Cristiano (S8), nos 100m livre; Susana Schnarndorf (S3), nos 50m costas; e os revezamentos mistos 4x100m medley – 49 pontos (atletas com deficiência visual) e 4x100m livre – S14 (deficiência intelectual).

     Determinada, a nadadora do Rio Grande do Norte Cecília Araújo sequer se intimidou com os olhares e as provocações de um treinador adversário.

 Cecília Araújo exibe medalha e mascote

Foto: Alessandra Cabral/CPB

  “O técnico da minha adversária me encarou antes da disputa, mas eu não me intimidei. Só fiquei mais motivada para ganhar a prova. Foi a realização de um sonho vencer os 100m livre. Eu sou uma velocista, e as rivais geralmente me buscam no final. Mas eu me lembrei do conselho que recebi. Fiz uma boa chegada e o melhor tempo da minha vida”, comemorou a potiguar, que ficou com limitação de movimentos em consequência de uma paralisia cerebral no momento do nascimento. 

Nos 100m livre, Mariana Gesteira ficou orgulhosa de seus resultados.

“Está muito calor no Manchester Aquatics Centre. Senti um pouco. Até passei mal ao final. Foi difícil, mas cheguei à marca que queria. Isso tem muito significado”, enfatizou Mariana, que nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio.

O Brasil teve uma dobradinha feminina nos 50m costas, graças a Edênia e Susana, respectivamente segunda e terceira colocadas na prova.

“Com 36 anos, chegar entre as melhores do mundo é muito especial. No ano passado, passei por situações ruins. Foi uma superação dentro da piscina e psicológica também”, disse Edênia, dona de 19 medalhas em Mundiais, que nasceu com doença de Charcot-Marie-Tooth, doença hereditária que faz com que os músculos da parte inferior das pernas fiquem atrofiados.

Mesmo sem ter registrado seu melhor tempo, Susana estava satisfeita com a medalha e com o resultado.

“Não fiz meu melhor tempo, mas cheguei bem perto. É sempre bom subir ao pódio e ganhar medalha em Mundial”, afirmou a gaúcha, que tem a doença MSA (múltipla falência dos sistemas).

Maior destaque da delegação até o momento – três ouros nos 100m costas, 100m borboleta e 50m livre -, a pernambucana Carol Santiago subiu ao pódio duas vezes nesta quinta-feira. Numa delas, foi prata nos 100m peito, e na outra, bronze no revezamento 4x100m medley – 49 pontos, ao lado de Matheus Rheine (S11), Lucilene Sousa (S12) e Guilherme Batista (S13).

“ É sempre desafiador, para mim, nadar os 100m peito. Exige muito de mim e deixa meu programa mais cansativo. Foi um grande desafio, mas saio satisfeita. Deixei tudo na piscina. Queria muito aquele ouro. Briguei por ele, mas, desta vez, não foi suficiente. Vou me contentar com a minha prata e trabalhar mais para, na próxima, tentar o título”, prometeu a pernambucana, que nasceu com a síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão.

Os outros medalhistas brasileiros nesta quinta-feira foram os do revezamento misto 4x100m livre S14: Ana Karolina Soares, Beatriz Carneiro, Gabriel Bandeira e João Pedro Brutos.

O Mundial, que está sendo disputado no Manchester Aquatics Centre, reúne 538 competidores de 67 países e vai até domingo, dia 6. O Brasil é representado por 29 nadadores de 10 estados, sendo 15 mulheres e 14 homens.

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