Brasileño, Brazilian, brésilien, brasiliano, brasiliansk, Braziliaans... Seja em espanhol, inglês, francês, italiano, dinamarquês ou holandês, todas estas palavras querem dizer a mesma coisa: "brasileiro". E, mais do que nunca, o Campeonato Brasileiro, nunca foi tão internacional quanto a edição de agora, em 2024. Encerrada a janela de transferências, no dia 9 de setembro, a lista de nações representadas na competição nacional chegou ao número inédito de 20 nacionalidades.
Os estrangeiros vêm desempenhando papéis relevantes no Brasileirão. Para que se tenha uma ideia, na artilharia, Pedro, brasileiro, do Flamengo, lidera com 11, seguido por outro brasileiro, Hulk, do Atlético Mineiro, com 10. Depois, com 9, se seguem: os argentinos Vegetti, do Vasco, e Flaco López, do Palmeiras, e o brasileiro Estêvão, do Palmeiras. Em seguida, está o argentino Lucero, do Fortaleza, com 8. Vegetti, por sinal, é o artilheiro da Copa do Brasil, com 6.
Ao todo, são 135 atletas estrangeiros, cerca de 20% do total de jogadores. Se jogadores argentinos, uruguaios, chilenos, paraguaios, equatorianos e sul-americanos em geral já fazem parte da história do Brasileirão há décadas, mais recentemente os clubes brasileiros vêm se tornando cada vez mais "universalistas", buscando atletas da Europa e de outros continentes, aproveitando-se do limite máximo registrado no regulamento, de nove estrangeiros por clube, a cada partida.
Para a maioria dos estaduais e Copa do Brasil, o limite segue de sete estrangeiros por partida. Já nas competições organizadas pela Conmebol, como Libertadores e Copa Sul-Americana, não há restrição de estrangeiros. Até o ano de 2013, o limite de estrangeiros por partida era de três. A partir de 2014, o limite subiu para cinco, e em 2022, eram sete. Em março de 2024, o atual limite é de nove jogadores nascidos fora do país que podem ser utilizados por partida.
No processo de internacionalização, o Vasco, por exemplo, trouxe agora, na última janela, o suíço Maxime Dominguez. Já o São Paulo buscou na Irlanda do Norte o lateral esquerdo Jamal Lewis. Dominguez e Lewis são os únicos representantes de seus países na competição. O Corinthians, na luta contra o rebaixamento, contratou o holandês Memphis Depay.
Ao todo, 11 nações têm apenas um jogador atuando nos gramados brasileiros, casos do dinamarquês Braithwaite (Grêmio), do costarriquenho Joel Campbell (Atlético-GO), do meia congolês Bolasie (Criciúma) e do atacante colombiano Borré (Internacional). São Paulo e Grêmio, com 11, cada, e o Vasco, com dez, são a equipes com o maior número de estrangeiros.
Atacante dinamarquês Martin Braithwaite, reforço do Grêmio
Foto: Lucas Uebel/Grêmio
De acordo com o site Transfermakrt, especializado em negociações de atletas, dos 135 estrangeiros, a nacionalidade estrangeira que aparece como mais frequente no Brasileirão, é a argentina, com 45 atletas. Logo atrás vêm Uruguai (25) e Colômbia (14).
De fora da América do Sul, os países com mais representantes são França e Espanha, cada um com dois atletas: os franceses Payet (Vasco) e El Arouch (Botafogo); e os espanhóis Héctor Herrera (Corinthians) e Diego Costa (Grêmio).
De 2019 a 2024, contratações de estrangeiros pelos clubes da Série A aumentaram 150%. Em comparação a 2023, os clubes trouxeram 77 atletas estrangeiros. Em 2019, para que se tenha uma ideia, os estrangeiros eram 36. O maior "boom" de estrangeiros se deu entre 2021 e 2022, num aumento de 57%.
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