Parte da seleção brasileira de natação paralímpica já está em Manchester, na Inglaterra, para disputar o Mundial, que começa nesta segunda-feira, dia 31, e vai até o dia 6 de agosto. O restante do grupo chega no sábado (29). Na última vez em que a Inglaterra sediou um Mundial da natação paralímpica, em Londres-2019, a delegação brasileira conquistou 17 medalhas; cinco ouros, seis pratas e seis bronzes e terminou na 11a colocação geral. Agora, devido ao aumento de investimento do país no esporte paralímpico, as perspectivas são melhores.
A delegação chega em Manchester após um período de aclimatação em Rio Maior, Portugal. Na atual seleção, cinco atletas são recordistas mundiais de suas provas: Carol Santiago, da classe S12, baixa visão; Gabriel Araújo (S2, comprometimento físico-motor); Gabriel Bandeira (S14, deficiência intelectual); Samuel Oliveira (S5, comprometimento físico-motor) e Talisson Glock (S6, comprometimento físico-motor). Ao todo, os cinco brasileiros são donos de nove melhores marcas do planeta.
Atendendo a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de aumentar a participação feminina no Movimento Paralímpico, dos 29 representantes de dez estados, 15 são mulheres.
Foto: Alessandra Cabral (CBP) A paulista Esthefany Rodrigues, da classe S5, quer mostrar a força das mulheres no Mundial https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/5427/mulheres-sao-maioria-na-delegacao-brasileira-do-mundial-de-natacao-paralimpica-de-manchester
Não há nenhum estreante em Mundial. Na última edição da competição, disputada em Portugal, o Brasil obteve a melhor campanha de sua história, uma terceira colocação com 53 pódios (19 ouros, 10 pratas e 24 bronzes). Nas Paralimpíadas de Tóquio-2020, disputadas em 2021 devido à pandemia da Covid-19, a natação brasileira conseguiu 23 medalhas (oito de ouro, cinco de prata e dez de bronze).
Um dos destaques da delegação é a recifense Maria Carolina Santiago, mais conhecida como Carol Santiago, que completa 38 anos no próximo dia 2 de agosto. Atleta da classe S12 – devido a uma alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão (síndrome de Morning Glory), ela é uma colecionadora de medalhas. No Mundial de 2022, em Portugal, obteve o ouro nos 100m borboleta, nos 100m peito, nos 50m livre, nos 100m livre, no revezamento 4x100m livre e no revezamento 4x100m medley. No Mundial da Ilha da Madeira 2022 foi prata nos 100m costas.
Antes, nas Paralimpíadas de Tóquio-2020, Carol Santiago levou o ouro nos 50 e nos 100m livre e nos 100m peito. Conquistou a prata também no revezamento 4x100m livre misto 49 pontos e a medalha de bronze nos 100m costas. Foi também ganhadora do ouro nos 50m e 100m livre e prata nos 100m costas e no revezamento 4x100m livre 49 pontos no Mundial de Londres 2019; ouro nos 50m livre, nos 100m livre, nos 100m costas e nos 400m livre nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019. A atleta pernambucana competiu na natação convencional até 2018, quando se transferiu para o paradesporto.
O maior medalhista brasileiro da delegação é Phelipe Rodrigues. O pernambucano soma 17 conquistas em seis edições. Em relação às deficiências, a delegação é composta por cinco nadadores com deficiência visual (17,2%), cinco com deficiência intelectual (17,2%) e 19 com comprometimentos físico-motores (65,6%).
Para o técnico-chefe da seleção brasileira de natação paralímpica, Leonardo Tomasello, há boas razões para otimismo quanto ao Mundial de Manchester.
“Estamos com uma equipe bastante qualificada e experiente. A expectativa é de que consigamos fazer uma excelente campanha novamente” – previu, atribuindo a evolução nos resultados ao maior investimento feito pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e à própria dedicação dos atletas em suas competições locais.
Para o técnico, os Centros de Referência do CPB, que oferecem estrutura e capacitação para nadadores e treinadores em todo o território nacional além das equipes multidisciplinares dos atletas têm contribuído para o bom desempenho da Seleção em competições internacionais.
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